sábado, 27 de julho de 2013

Tecnologias envolvidas na construção de pontes

É importante destacar que o projeto desse tipo de estrutura busca conhecimentos especiais, mais amplos que os necessários para o cálculo de edifícios. Portanto, embora haja princípios gerais de projeto, é necessário encontrar qual a melhor e mais elegante solução para cada situação. 
É necessário superar as dificuldades de construir em zonas de difícil acesso, em escarpas ou dentro de corpos de água. Uma série de técnicas foi sendo desenvolvida ao longo do tempo para suprir essa demanda. Para gerar as fundações, em alguns casos se usam caixões, que envolvem a criação de grandes reservatórios no meio dos rios, dos quais se retira a água para que se possa trabalhar no seco. Em outros se usam peças pré-moldadas, que são concretadas em canteiros fora dos rios e levadas de barco até sua posição, onde são afundadas. 
Em muitas estruturas é necessário projetar defensas, ou seja, proteções que evitem impactos de veículos ou navios contra os pilares e colunas que sustentam a estrutura. Outro aspecto característico do projeto de pontes e viadutos é a necessidade de análise dinâmica. Para muitas estruturas é importante fazer estudos aerodinâmicos, para entender como as pontes vão interagir com o vento,  sabe-se que se a ponte entrar em ressonância com as oscilações provocadas pelas rajadas de vento pode ocorrer um colapso. Por isso são construídos e ensaiados, durante o projeto, modelos de estruturas grandes, que serão colocadas em áreas abertas e expostas ao vento, para estudar qual a melhor forma para que essa interação não cause problemas e determinar as forças atuantes. É necessário entender, ainda, como as cargas móveis representadas pelos veículos interagem e afetam a estrutura, a passagem de cargas pesadas em estruturas leves acarreta variações muito grandes de tensões e provoca pequenos danos, que vão se acumulando ocasionando um fenômeno chamado de fadiga. 
O desafio é projetar as obras de arte para que a vida útil da estrutura seja a maior possível, com o mínimo de manutenção. No entanto, as condições mudam, e é necessário monitorar e intervir quando necessário.
Alguns dos métodos destrutivos mais avançados foram desenvolvidos e são aplicados nesse campo. Usam-se sensores embutidos nos concretos para medir deformações e estimar as forças atuantes. Usam-se radares para medir os deslocamentos quando da passagem de veículos pesados. Equipamentos de ultrassom são empregados para verificar a qualidade e a compacidade do concreto. Alguns deles são tão sofisticados que podemos localizar defeitos de pequeno porte, gerando imagens do interior da estrutura semelhantes às usadas na medicina na prospecção do corpo humano.

Fonte: http://paginas.fe.up.pt/~ferraz/Publicacoes/Tese%20Mestrado%20-%20Miguel%20Ferraz.pdf

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